Dossier de práticas de educação artisticaO tempo presente, em resultado da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) transformou drasticamente as vidas das pessoas. Em Portugal, as rotinas escolares sofreram uma alteração muito acentuada e repentina desde 16 de março de 2020, o dia em que as escolas encerraram por serem lugares de relação próxima, muito povoados e, por isso, propícios ao contágio. De um dia para o outro, docentes e estudantes viram a sua forma de relação profundamente alterada, mediada agora por ferramentas tecnológicas (computadores, tablets, smartphones, plataformas de comunicação e de gestão de dados). Este desafio gigante foi abordado de formas muito diversas e pautado também por uma desigualdade de acesso à educação, que as escolas tentaram esbater, mas nem sempre conseguiram por não estarem dotadas de recursos – humanos e materiais – que o permitissem. A mudança foi tragicamente repentina, o que não permitiu assegurar soluções à altura da equida de que se exigia. O esforço de adaptação a esta nova realidade foi severo, quer da parte de docentes, quer de estudantes, e só no futuro poderemos conhecer melhor o impacto e consequências das medidas e estratégias que foram implementadas.

No caso particular do ensino das Artes Visuais, as escolas que conseguiram têm mantido uma relação a distância com crianças e jovens, lançando atividades por via digital às quais os estudantes – grande parte, mas não todos, por razões diversas – têm respondido. Na maioria dos casos que nos chegaram, as propostas de trabalho dos docentes têm-se centrado em exercícios simples de execução analógica. Desde o momento em que as escolas encerraram, e apesar de toda a imprevisibilidade latente, os docentes sabiam: que não seria possível darem um apoio individualizado aos seus alunos como acontecia em sala de aula presencial; que nem todas as crianças e jovens tinham condições – materiais, psicológicas e/ou de conforto – para responderem às suas solicitações; que muitos alunos ficaram privados dos seus materiais de artes, pois a urgência do encerramento das escolas não deixou tempo para que os levassem para casa (e o encerramento do comércio impediu a compra de novos materiais, caso pudesse ser esta a opção). Dentro destas condições, as atividades que têm sido solicitadas nas disciplinas ligadas às Artes Visuais mostram alguma diversidade. Quer as propostas, quer os resultados apresentados pelos estudantes revelam que a criatividade e o pensamento crítico não têm necessariamente de serem colocados em causa no ensino não presencial. São algumas dessas propostas dos docentes e os resultados dos alunos que pretendemos mostrar aqui neste Dossier, nascido no âmbito de um desafio lançado pela World Alliance for Arts Education (WAAE).

 

O Dossier de Práticas de Educação Artística: artes visuais em tempo de pandemia – pode ser solicitado no website da arte central.

Brevemente nesta página do site poderão consultar pormenorizadamente cada um dos projetos.

Com orgulho nosso e dos participantes, o dossier está em destaque:
– no site da  UNESCO
– no site da WAAE – World Alliance for Arts Education
Dossier de Práticas de Educação Artistíca: artes visuais em tempo de pandemia UNESCO, WAAE